Será, será, o que será?
Levantar e sair correndo pra pegar um papel por ter necessidade de expressar o que ta sentido.
Quem nunca?
Principalmente depois de uma noite com sonhos perturbadores. Não porque foram de terror -muito pelo contrário - e sim porque ficou preso no repeat, tenho a impressão que a noite inteira.
Logo, nada mais natural do que acordar e ficar refletindo. Pensando. Criando hipóteses  enredos, etc e tal. Tudo muito interno, nada muito externo ou pronunciado.

O que acontece é que eu to meio, de leve, confuso.
Até "ontem" eu estava determinado que eu queria porque queria ficar no campo!
Talvez fincar umas raízes, germinar as flores, brincar nas montanhas. Eu tava quase convencido de que era isso.
Só que a passagem pra ir pro campo estava muito difícil.  Ouvi dizer que tinha um casal competindo pela posse do terreno.
Eu, macaco velho no quesito - só me meto em enrascada- dessa vez fui mais coerente comigo e com o que eu queria, e dei um último lance nessas terras.
- Ou vai ou racha.

Rachou! Não tem campo algum. Mas de boa. Pelo menos AGORA é certo. Descartada toda e qualquer probabilidade e/ou possibilidade.

Ai eu desencanei, peguei minhas malinhas e fui pro lugar onde o chão é de cristal. 
Um monte de personagens novos, cenário exótico, clima agradável e uma boa quantidade etílica para esquentar as noites frias que vinham.

E ai que tudo mudou, porque quando menos eu esperava, aliás eu não esperava de jeito nenhum, eu já tava tomando um banho gostoso de novidades.
Confuso mesmo, porque eu percebi que toda aquela prospecção, digamos assim, não era mirando em mim. Nos meus olhos, muito pelo contrário.
Mas parece que o outro pão ainda estava muito branco, talvez cru, ou sendo guardado com fermento para uma outra pessoa/ocasião. 
"Tem tem um pãozinho negrinho ali. Acho que serve."

Sem ter expectativa alguma, lá estava eu, você - a gente.
O frio insuportável se tornou um calor tão quente, que uma sauna perdia. Colocando as habilidades bilíngues a prova e deixando o calor de um esquentar o outro.
Troca! 
Engraçado, porque Não me lembro de palavras trocadas, acho que não precisava. Mas lembro de cada parte do corpo, que conversavam num entrosamento bacana. Foi bem rápido o ajuste entre ambos.

Posteriormente a todas essas maravilhas, ficou um ser pensativo e racional tentando entender tudo que tava passando na cabeça. Pra variar ficaram várias interrogações e eu estático.
Pensando, pensando, tentando achar algo que interpretasse um pouco do que eu tava passando, sentindo e não sabia. Ou não tava querendo ver.
Ai hoje, eu deitei a cabeça no travesseiro e durante horas naquele espetáculo imaginário e com a trilha sonora de fundo, eu entendi; meu corpo quer você!

Uma sensação forte de; Ok! Você invadiu minha porta, quando eu não esperava, e acabou-se a água quente do mundo, voltamos pra casa e agora eu quero cada vez mais. Só que eu preciso te mostrar o meu entender de satisfação, ficou pendente. Tá na minha vez de invadir sua porta e mendigar por uma  ducha de água quente.

E o que me deixa mais incrédulo é perceber o tanto em que eu insistia numa coisa sem sucesso, e no momento em que eu deixei ir, coisas melhores e reais chegaram.
Ai, que sonho bom! Mas a realidade sempre é melhor.
Quero bis.