Tem uma vontade dentro de mim, que grita como se tivesse sufocando. Algo que está querendo a todo custo virar as cartas e mudar tudo!
Do branco pro preto. 
Do certo pro totalmente errado.
Do licito para a vontade mais ilícita de um ser humano.
Fazer o bobo da corte parecer sombrio e com silhuetas ambíguas.

Em algum momento do ano, nem que seja por uma única semana (por que dias são poucos) o geminiano que nós trancafiamos a sete chaves, dentro de um porão sujo, escuro e com más intenções, se liberta.
E o que eu faço?
Sento, assisto e claro, tiro o maior e melhor proveito disso.

Se tenho momentos de extrema extroversão naturalmente, agora sinto-me totalmente desinibido e sem pudores.
Sinto o cheiro de podre, e aprecio!
É como se eu tivesse que por tudo que guardo, pra fora e escolhesse esse momento mórbido.
Quero me sujar de lama, me matar aos poucos, e aproveitar. Deixar o geminiano que fica isolado, ter seu momento de diversão.
Por que tudo que é bom dura pouco, e tudo que é em excesso dizem que não é bom!
E como uma Fênix, você ressurge das suas próprias cinzas.
Algumas vezes esse momento de renascimento acontece de apoio ao vaso sanitário.
Mas de alguma forma, e não importando aonde, você se sente pronto e com suas vontades obscuras saciadas.

Geminiano no limbo, chegou sua vez!


*O Mito dos irmãos de Gêmeos diz que Por ser filho de um deus, Pólux foi agraciado com o dom da imortalidade. Por serem inseparáveis, quando Castor morreu, Pólux recusou a imortalidade enquanto permanecesse separado de seu irmão. Como Zeus, seu pai, não podia convencer Hades, o deus dos mortos a trazer Castor de volta à vida, ficou decidido que os dois irmãos passariam metade do ano nos infernos, e outra metade no Olimpo.  (wikipedia)