Acabei de assistir a um filme, e me deparei numa situação um tanto reflexiva. O filme terminou a uns 40 minutos, e desde então ainda tento entender como posso concordar com pontos de vistas distintos, ao mesmo tempo.
O caso é o seguinte, acabei de assistir a comédia romântica /pseudodrama, '500 Dias com Ela' (500) Days of Summer), e entendi que esse filme é totalmente geminiano. Como o próprio título já explica, a história gira em torno de um relacionamento que dura 500 dias. (16 meses)
O filme não tem uma linha do tempo linear. Os 500 dias são apresentados 'sorteadamente'. Começa no dia 1, e daqui a pouco muda pro 220, volta pro 22 e assim por diante. Momentos bons, ruins, engraçados, profundos, toda a composição de um relacionamento é apresentado sem uma ordem cronológica.
É como se folheassemos páginas de caderno aleatoriamente. Como se fosse um diário sendo relido pelo protagonista.
O filme apresenta uma visão bem geminiana do que pode ser o amor! Ou pelo menos de como eu enxergo ou a minha posição diante desse sentimento.
O personagem Tom (Joseph Gordon-Levitt), é um jovem que trabalha numa empresa de cartões comemorativos. Um rapaz bem criativo, bem humorado e com um certo grau de timidez. Um cara que pode ser considerado romântico. Que ao longo dos dias, ele vai se encantando e acreditando no amor, no relacionamento, na vida a dois.
Já a personagem interpretada por (Zooey Deschanel), Summer [daí o nome original do filme], não acredita muito na teoria do amor. Alma gêmeas. Ela defende a tese de que enquanto jovem, deve-se mais aproveitar a vida. Nada de comprometimento, e ela faz questão de deixar essa condição explicita o filme todo.
Ela acaba sendo a nova secretária no escritório onde Tom trabalha, e lá que começa o jogo da conquista entre o casal.
De uma certa forma, eles acabam se envolvendo. Mas temos que ter bastante cuidado ao analisar o conceito de cada personagem para a questão 'se envolver'. Antes mesmo do 30º dia, ele já está totalmente apaixonado. E ela? quando você pensa que ela também se rendeu a paixão avassaladora, eis que ela joga uma tonela de saco de gelo, nas esperanças do rapaz e de todos que também acreditam no conceito de amor a 1ª vista.
Ela é bastante segura, tem um humor muito sofisticado e requintado e não se deixa prender a nada. Ela é totalmente A geminiana.
Quando o filme acabou, comecei a refletir sobre diversas cenas situações do cotidiano do casal - no qual eu sentia uma extrema afinidade com algumas atitudes dela -, principalmente as de desapego e liberdade. Também o entendi, quando ele se mostrava um sonhador, passional, sereno, mas ao mesmo tempo cauteloso e com aquela vontade de pelo menos tentar, de ter lutado sem desistir. Isso também me fez sentir num terreno conhecido.
Eu consegui entender, sem julgar, o ponto de vista dos dois, e consegui me por na mente e no coração dos dois, com a mesma intensidade e convicção. Tanto na dele, de sofrer por uma paixão platônica. E também o lado dela, que talvez pra alguns seja uma visão mais egoísta. Por ser um conceito de vida bem livre, sem comprometimento, diversão com sinceridade, mas sem envolvimento.
Algo difícil e complicado de tentar explicar. Bem típico do signo de gêmeos.
Duas ideologias que não se misturam, elas se defrontam. E eu concordei com as duas 100%. Não é que eu entenda alguns aspectos de um lado, ou do outro. Eu dou razão aos dois ao mesmo tempo. E me vejo interpretando o papel dos 2 muito facilmente, depende da situação, do relacionamento, da paixão.
O filme quebra alguns paradigmas, afinal finalmente mostra um lado mais frágil do sexo masculino, e apresenta o lado mais decidido e prático da mulher moderna. Uma comédia romântica sem a repetição do galã galanteador, e a moça sofrida e largada. Aqui há uma inversão de papéis.
Abaixo segue o link para trailer do filme.
II II II II II (5/5)
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