Não teve um aviso prévio. Deus simplesmente decidiu e me avisou nos 45 do segundo tempo. Tudo bem, foi a melhor decisão em anos.
Foi mais ou menos assim: Vivi na selva de pedras por 4 anos e sempre muito feliz. Mas também sempre tendo que me adaptar a tantas situações adversas, que nunca antes fizeram parte do meu cotidiano.
Foi mais ou menos assim: Vivi na selva de pedras por 4 anos e sempre muito feliz. Mas também sempre tendo que me adaptar a tantas situações adversas, que nunca antes fizeram parte do meu cotidiano.
Mas como um bom geminiano, sempre fui bastante mutável e tirei de letra, aproveitando e conhecendo tudo. Tudo novidade.
Então me formei em jornalismo e fui fazer uma viagem de comemoração e de final de ano.
Nessa bendita viagem, eu tive o enorme prazer de me reconectar e resgatar algo que estava perdido na minha alma; O contato com a mãe natureza.
Eu tenho certeza que eu sou filho da terra. A ligação que eu tenho com o verde, com o meio ambiente, com o ecossistema é algo mágico e espiritual.
Foi nessa viagem que eu me dei conta, que por mais que eu continuasse me 'enganando' e tapeando ou me adaptando, era do meu verde que eu tinha saudade. Era isso que faltava pra minha elevação espiritual.
Então foi me feito uma proposta irrecusável. Na qual eu continuaria tendo meu próprio cantinho e um emprego na área em que me formei. E de bônus tudo aquilo que ficou perdido lá na selva de pedras, ou seja, muito verde.
Onde eu moro agora, ao abrir a janela tenho a possibilidade de ver de camarote, a menos de 2metros de distância, pelo menos 10 espécies de árvores nativas do cerrado. Sem contar as diversas flores e a quantidade surreal de plantas exóticas. Consigo ver a olho nú um grupo de cigarras presas nos caules das árvores. Essa que deve atingir uns 10 metros de comprimento.
Todo dia, também terei a possibilidade de andar de bicicleta, fazendo bem a mim e a minha barriguinha de chop, e claro e principalmente, à camada de ozônio.
A paz de espirito que esse meu novo lar proporciona é as vezes inacreditável. Tudo aqui é bem tranquilo, pacato e sem muito barulho.
Aliás, comparado a cidade cinza, isso aqui é equivalente a um cemitério. Só se ouve os ventos.
Ventos esses que circulam pela casa inteira, fazendo uma gostosa corrente de ar, que areja todos os cantos da casa, levando pra bem longe qualquer cheiro incômodo.
E o sol? O que dizer do sol mais brilhante e mais quente do mundo? Minha pele realmente parece escamas de calango. Torrada, seca, e preta. Mas eu amo!
Sem falar do céu da capital do país, que é o mais lindo do mundo. Eu gosto de dizer, que ele é pintado com aquarela.
Então... As pessoas, amigos mais próximos, me perguntam se eu estou feliz em estar de volta. Acho que a resposta é bem óbvia.
Morar na selva de pedra por 4 anos, foi uma experiência de vida muito intensa, feliz, saudável e saudosa. Mas as pessoas lá não tem uma consciência do que esta acontecendo no planeta e os efeitos colaterais desse pensamento antigo e infeliz, está sendo sentido e observado pelo mundo todo, agora. A cidade esta ruindo e não vai demorar muito pra acabar.
No final, a decisão veio na hora certa. Como sempre o tempo é o mestre do meu destino. Tudo vivido lá serviu para me mostrar que longe da natureza as pessoas tentam, mas não são completamente felizes.
Eu pelo menos não era.
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